A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e outras entidades ligada à luta dos povos originários realizaram nesta segunda-feira (19) um ato simbólico em Brasília em razão do Dia dos Povos Indígenas. Durante o mês de abril, as organizações tem promovido o Acampamento Terra Livre, uma jornada que ocorre anualmente há 17 anos.
Como forma de protestar contra o governo Bolsonaro em um cenário pandêmico, os movimentos estenderam uma enorme faixa na Esplanada dos Ministérios na manhã desta segunda com os dizeres “Justiça aos povos indígenas”, “Demarcação Já”, “Nossa Luta é pela vida” e “Fora Bolsonaro”. Nas redes, foi disseminada a hashtag #DiadaResistênciaIndígena.
Dia dos Povo Indígenas
A data foi criada em 1943, no governo Getúlio Vargas, com a alcunha de “Dia do Índio”. Esse termo, no entanto, é criticado pelo povos indígenas. “Uma data com esse nome não alcança a diversidade dos 305 povos indígenas do Brasil e, ao romantizar a figura do indígena, invisibiliza os povos originários”, afirma Dinamam Tuxá, coordenador executivo da Apib.
Segundo a Apib, neste dia, “indígenas se organizam para demarcar politicamente na história nacional a trajetória de resistência desde a colonização, denunciando as violências sofridas diariamente, mas também fortalecendo a luta pela garantia de direitos fundamentais previstos na Constituição de 1988 e em tratados internacionais”.
Brasil sob ameaça
Em artigo publicado neste dia, a coordenadora-executiva da Apib, Sonia Guajajara, apontou que neste ano, a população brasileira no geral sente a mesma ameaça que os povos originários em razão da grave situação da pandemia no país.
“O governo federal atual fez o coronavírus um aliado e põe em risco a vida da população em geral. Hoje, todos sentem como se fosse ser achado por uma doença que vem de fora, contra a qual não há defesa. Todos mesmo; agora, falo do mundo inteiro. Nós, indígenas, somos perseguidos em nosso próprio país; neste momento, por causa da Covid-19. Todos nós, brasileiros, corremos o sério risco de sermos marginalizados globalmente”, afirma.
A entidade é signatárias de um dos mais de 100 pedidos de impeachment que se acumulam na Câmara dos Deputados.
Fonte: Revista Fórum
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