Doações de sangue e de alimentos, plantios de árvores, mobilizações por vacina para todos e todas, auxílio emergencial digno e ações contra a ofensiva Bolsonarista, marcou a jornada de lutas do MST.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), realizou nesta sexta-feira (30/04), uma Plenária Virtual de Balanço das atividades realizadas durante o mês de abril. No ato, foi realizado uma avaliação das ações concretizadas pelas famílias Sem Terras durante o mês, e discutido sobre as ofensivas Bolsonaristas contra os movimentos sociais. A Plenária contou com a presença de várias lideranças políticas - senador, deputados, prefeitos e vereadores -, movimentos populares do campo e da cidade, movimento negro, indígenas e religiosos, entidades e sindicatos. Na atividade esteve presente cerca de 800 pessoas, envolvendo famílias das nove principais regiões em que o MST está organizado no estado da Bahia.
Para o Deputado Federal Valmir Assunção (PT/BA) a realização da Plenária Estadual do MST com a presença dos reitores e educadores das Universidades - UFBA, UNEB, UFRB - diversas lideranças, parlamentares, movimentos sociais, evidenciou a força do Movimento Sem Terra, mas também mostrou a solidariedade da classe trabalhadora, em especial, nesse momento em que o Governo Federal persegue e busca a todo custo criminalizar os movimentos sociais. "É justamente nesses momentos de acirramento da luta de classes que os trabalhadores e trabalhadores reforçam a unidade e solidariedade, fortalecendo assim a defesa do projeto político da classe trabalhadora. Os militantes do MST e todos e todas lutadores(as) do povo estão de parabéns pela realização da Plenária", afirmou o Deputado Federal Valmir Assunção (PT/BA). Durante as falas, os participantes reforçaram a importância do Movimento Sem Terra na defesa da democracia, na construção da Reforma Agrária e no desenvolvimento de estratégias para a unidade da luta de classe em torno das lutas prioritárias, como vacina para todos e todas, auxílio emergencial digno e fora Bolsonaro. Durante a pandemia até hoje, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na Bahia já doou cerca de 900 toneladas de alimentos agroecológicos, para Hospitais, Lar de Idosos, Creches, Casas de Reabilitação, aos Profissionais de Saúde que têm se esforçado o máximo para salvar vidas durante esse período de pandemia, e às pessoas carentes em toda a Bahia.
Joao Pedro Stédile – da Coordenação Nacional do MST, fez uma análise de conjuntura nacional, falando sobre as contradições do Governo Bolsonarista. Na ocasião, Stédile relatou sobre o fracasso do neoliberalismo e o abismo social que a aventura bolsonarista há levado o Brasil. Frente a isso, apontou os caminhos que possibilitam a unidade da classe trabalhadora e consequentemente a recuperação do país. O senador Jaques Wagner, fez uma saudação ao movimento parabenizando os trabalhadores e trabalhadoras Sem Terras e reforçando a importância do movimento para o país. O médico e cientista Miguel Nicolelis, falou sobre as consequências da pandemia no Brasil, orientando as famílias sobre os cuidados quais todos devem ter durante esse período. Ao tempo, denunciou a política da morte praticada pelo governo Bolsonaro, que há assassinado mais de 400 mil vidas nessa pandemia.
Lucineia Durães, da Direção Nacional do MST, denunciou os ataques bolsonaristas que o MST vem sofrendo na Bahia, falou sobre a solidariedade Sem Terra, e os diversos atos realizados pelas famílias no estado. Agora em abril, o MST doou em torno de 20 toneladas de alimentos e plantou cerca de 200 mil mudas de arvores. Além de doações de sangue, também foram realizadas o preparo de roças coletivas visando o sustento das famílias e ações de solidariedade, e doados cerca de 15 mil mudas, visando fortalecer a campanha Nacional de Plantios de Arvores do MST. De janeiro até este mês, já foram plantadas cerca 900 mil arvores e o Movimento Sem Terra tem o desafio de plantar um 1,1 milhão de árvores ainda este ano no estado. O Movimento também realizou parcerias com outras organizações durante a realização de diversos atos em toda a Bahia, nesta última quinta-feira (29), em parceria com a FUP e a Central de Movimentos Populares, no Bairro da Paz – Salvador, foram realizadas doações de cestas agroecológicas, com alimentos produzidos nos Assentamentos, e comercializados botijões de gás a preço justo. Sobre as ofensivas Bolsonaristas, Lucineia citou que durante esse governo o MST tem sofrido diversos ataques a nível nacional e principalmente no estado da Bahia. Lembrou do despejo ocorrido em 2020, no Município de Sobradinho, onde diversas famílias acampadas há mais de uma década, ficaram desabrigadas, mas que o MST continuou na luta, na resistência. Ao falar sobre os ataques ocorridos contra o MST no extremo sul da Bahia, explica que tem sido de forma semelhante, sempre com a disseminação fake News, desinformações contra o Movimento em meios de comunicação, na tentativa manipular a opinião pública contra os trabalhadores. Além de tentarem infiltrar nas comunidades e cooptar pessoas com objetivo de dividir os assentamentos e gerar conflitos. Foi nesse aspecto que segundo ela, o Governo Federal mandou a Força Nacional para Assentamentos na Região do Extremo Sul, no mês de setembro de 2020, e assim iniciou o processo de interrupção da quarentena produtiva.
“É na resistência que estamos aqui enquanto Movimento Social, porque para cada um desses ataques o Movimento precisou se organizar na luta e na construção, e na defesa dos nossos territórios, portanto com a chegada da Força Nacional e as diversas investidas do Governo Federal para cima do Movimento, nós interrompemos parte da nossa quarentena produtiva, porque nós tivemos que fazer a defesa do nosso movimento, dos nossos assentamentos e dos nossos acampamentos”, afirma Durães. Ela citou os acampamentos de resistência do MST na Região Extremo Sul do estado e a decisão da militância de fazer enfrentamento para não perder nenhum companheiro e companheira e nenhuma área de assentamento ou acampamento da região. Na plenária, várias lideranças estiveram presentes, padres, pastores, representantes de religiões de matriz africanas, professores, reitores e representantes de diversos movimentos sociais, todos unidos em defesa da Reforma Agrária e de um país mais justo e igualitário.
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