Foi reaberto o processo de tombamento da casa de Carlos Marighella, situada na Rua Barão do Desterro, n° 9, na Baixa dos Sapateiros, em Salvador. Essa reabertura acontece após pedido do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), que foi aceito durante reunião, na última quinta-feira (11), da Câmara de Patrimônio - que faz parte do Conselho Estadual de Cultura. O encontro contou com a presença da ex-secretária de Políticas Para Mulheres, Lucinha Barbosa (PT), que fez a defesa da reabertura do processo a pedido do parlamentar federal em transformar o lugar em um Memorial.
“A história de Marighella tem sido ainda inspiração das lutas sociais por igualdade e democracia. Seus escritos e exemplo de coragem são referências a diversos movimentos populares que também reverberam a necessidade de que a memória de Marighella seja preservada diante do seu valor cultural. Vale lembrar que há pedidos, oriundos de organizações sociais e direcionados ao Governo da Bahia, para que a casa de Marighela seja transformada em patrimônio cultural do estado. Considero fundamental que a casa se transforme no Memorial Carlos Marighella, pois a história dele é de amor ao país e ao povo brasileiro”, descreve Valmir em justificativa.
Durante a defesa, na reunião do colegiado, Lucinha Barbosa apresentou os detalhes e o histórico de Carlos Marighella ao presidente da Câmara de Patrimônio, Táta Ricardo Tavares. “Precisamos manter vivo o legado de Marighella, esse baiano negro de esquerda que lutou contra a repressão dos regimes ditatoriais. Foi um dos presos por ser comunista, torturado pela repressão do Estado Novo e anistiado em 1945. Eleito deputado federal constituinte pelo Partido Comunista Brasileiro [PCB], mas teve seu mandato cassado depois que o PCB foi jogado na ilegalidade pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra”.
Lucinha ainda aponta que Marighella fundou a Aliança Nacional Libertadora (ALN), agrupamento que acreditou na luta armada para fazer a resistência contra a Ditadura Civil Militar do pós-golpe de 1964. “Em suas ações, o enfrentamento ao regime militar, o repúdio à exploração dos trabalhadores e a forte defesa da democracia e da liberdade de expressão. Com o endurecimento do regime, Marighella foi considerado o ‘inimigo número 1’ da Ditadura e os esforços para a sua captura foram intensificados. No dia 4 de novembro de 1969, Marighella foi assassinado a tiros por agentes do DOPS da cidade de São Paulo”, cita Lucinha, utilizando trechos da justificativa do deputado Valmir.
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