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Valmir repudia casos de racismo, machismo e perseguição em colégios de Salvador


O deputado federal Valmir Assunção e membros do Coletivo Quilombo - FOTO Jonas Santos -

Aumento de casos de racismo, machismo e intolerância em Salvador levou o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) a repudiar os episódios e pedir intervenção para investigar os crimes cometidos em unidades escolares públicas e privadas. Assunção utilizou o Dia da Consciência Negra, celebrado neste sábado (20 de novembro), para tratar dos assuntos e reforçar a importância de um núcleo para acompanhar os casos e os envolvidos. “Em três colégios particulares, atos de racismos foram flagrados e divulgados amplamente pela mídia. Em uma unidade pública, uma professora foi levada para a delegacia por tratar de feminismo e direitos das mulheres. São casos graves e dentro de locais que deveriam ajudar a diminuir a desigualdade. É preciso intensificar as ações contra esses crimes na capital baiana, a cidade mais negra fora do continente africano”, salienta o petista.


Valmir se solidarizou com a professora do Colégio Vitória Régia, que utilizou um livro da escritora mineira negra Conceição Evaristo para tratar sobre a pobreza e a violência que acometem o povo negro no país. O deputado reforça o pedido de intervenção do Ministério Público da Bahia (MP-BA) solicitada pelo Sindicato dos Professores (Sinpro-BA) e corrobora com lideranças políticas estudantis, que também repudiaram os casos envolvendo, além do Vitória Régia, o Portinari, o Sartre e o público Thales de Azevedo. Para a diretora de Combate ao Racismo da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Liriel Maia, todos os casos reforçam a estrutura racista presente na sociedade.


“É revoltante ver uma professora de filosofia de colégio estadual [Thales de Azevedo] passar mal e ser levada para médico depois que foi intimada pela Delegacia de Repressão a Crimes contra a Criança e Adolescente. E o motivo disso foi uma queixa de aluna sobre o conteúdo apresentado em sala, com assuntos relacionados às questões de gênero, racismo, assédio, machismo e diversidade”. A unidade estadual também repudiou e disse “que a intimação policial censura o exercício laboral da professora e afronta o corpo docente e a gestão da escola”.


Fato que também foi abordado pela estudante de Direito, coordenadora da Federação Nacional de Estudantes de Direito (Fened) e diretora de Mulheres da União dos Estudantes da Bahia (UEB), Hadassa Freire. “Além disso, temos os atos racistas em colégios particulares, onde o conteúdo abordado serviu para estudantes dizerem que ‘não vamos lidar com uma dor que não é nossa’. É um absurdo, os estudantes não sabem das ‘violências racistas’ que representam o cotidiano da maioria dos soteropolitanos?”. O secretário adjunto da Juventude do PT de Salvador, João Miguel Chaves, foi enfático ao dizer que a população negra na capital tem sofrido pelo aumento de casos de racismo e intolerância.


Miguel aponta que “os estudantes precisam saber o quão é difícil a vida dos negros, com dor e sofrimento diariamente”. Ele descreve que é preciso apoiar a comunidade escolar do Thales de Azevedo e abrir investigação contra os atos racistas no Portinari, Sartre e Vitória Régia. “E não é só racismo e misoginia, tem abuso psicológico e gordofobia também. Esses crimes estão entre as denúncias dos colégios particulares. E a gente precisa refletir e entender como um livro reconhecido causou incômodo em escola privada? Porque a estrutura racista está incrustada na sociedade e precisamos atuar contra para que não se repita”, completa.



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