Biografia
A trajetória de luta!
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Valmir Assunção nasceu no distrito de Nova Alegria, em Itamaraju, região extremo sul da Bahia, onde iniciou sua vida de militante nas organizações de jovens da Igreja Católica. Ele participou da fundação do MST na Bahia e esteve à frente da primeira ocupação do movimento no estado. Foi o primeiro negro e nordestino a integrar a direção nacional do MST. Ainda em Itamaraju, Valmir foi do diretório municipal do PT, onde ajudou a construir o partido na cidade. Foi ainda da direção nacional do PT e é integrante da fundação Perseu Abramo. Valmir foi um dos fundadores da Esquerda Popular Socialista (EPS), tendência interna do PT, que atua a partir de uma ampla relação com os movimentos sociais. Ajudar a
fundar uma tendência com esta característica foi quase que natural, afinal, ao longo de sua trajetória, sobretudo na militância do MST, sempre manteve estreita relação com diversos movimentos de minorias políticas no Brasil, como o de mulheres, juventude, quilombolas, LGBTs, negros e negras, indígenas.
Valmir é o próprio movimento social sendo representado
Valmir ocupou uma vaga no conselho universitário da UFBA e, junto com o movimento negro, ajudou a implantar a política de cotas raciais e sociais na Universidade. Foi candidato a deputado estadual nas eleições de 1998 e 2002. Assumiu o mandato em 4 de janeiro de 2005 com o compromisso de lutar pela destinação das terras devolutas para a reforma agrária e pela regulamentação do plantio do eucalipto. Foi autor do projeto de lei de criação do estatuto da igualdade racial e combate à intolerância religiosa que se tornou lei – uma conquista do movimento negro baiano.
Nas eleições de 2006, foi o deputado mais votado do PT na Bahia, com 68.380 votos. Licenciou-se do cargo para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), uma das mais importantes pastas do governo Wagner. Na Sedes, Valmir fez da Bahia o estado que mais combateu a pobreza no Brasil, aplicando políticas e projetos que melhoraram significativamente a vida de quem mais precisa. A trajetória política de Valmir incomoda as elites dominantes, que não suportam a ideia de ter um sem-terra do interior da Bahia na Câmara Federal lutando pela transformação da ordem capitalista e por um projeto de sociedade.
Em 2010, candidatando-se pela primeira vez a deputado federal, Valmir desafia essa lógica e consegue a expressiva votação de 132.999 votos. Em 2014, o deputado foi reeleito com 123.284, chegando a ser o 11º parlamentar mais bem votado da Bahia e o terceiro mais votado do PT. Na Câmara, é um dos mais ativos parlamentares, com ênfase na defesa dos direitos humanos e na luta pela reforma agrária. Teve a coragem de enfrentar um debate fundamental para a sociedade e afirmou que “não podem existir cadeiras cativas na política”.
O deputado foi parceiro de Dilma nos principais desafios e projetos no Congresso, como na luta pela implantação do programa Mais Médicos, que beneficiou milhões de baianos e baianas. A criação das novas universidades na Bahia – Universidade Federal do Sul da Bahia e a Universidade do Oeste da Bahia – também teve papel destacado de Valmir, atuando para que as unidades fossem o mais abrangente possível e, com isso, contemplasse mais municípios e mais jovens do nosso estado.
Sempre ligado às questões que envolvem a reforma agrária, Valmir foi um dos protagonistas da aprovação da Medida Provisória 636-2013, que se tornou a lei 13.001/2014 e possibilitou que cerca de 1 milhão de agricultores tivessem acesso à renegociação e à remissão de dívidas. Sem falar que o deputado é autor do projeto aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara que torna a data 20 de novembro, dia da Consciência Negra, como feriado nacional. A proposta é em referência a Zumbi dos Palmares. Valmir apresentou o PL 2730/2011, que aperfeiçoava as relações conveniais entre a administração pública e as ONGs.
O projeto é resultado das discussões da bancada do PT e aliados e contribuiu para as discussões do grupo de trabalho do Governo Federal, montado para discutir um marco regulatório de mesma finalidade. Todo esse esforço resultou na aprovação do PL 7.168/2014, que trata deste tema. No enfrentamento à violência contra as mulheres, Valmir propôs o projeto de lei 7614/2014, que proíbe a pessoa de praticar tais atos, seja servidora pública, prestadora de serviços públicos ou participe de licitações públicas.